segunda-feira, 18 de maio de 2020

Carreira Crédito - O funcionário Whiplash

Reza a lenda que uma tribo no interior do Brasil era formada por fortes e bravos guerreiros, tão famoso quanto a história de suas bravuras era o ritual que transformava a tribo em campões. A cada 10 anos escolhiam o melhor guerreiro para sacrificá-lo e cada índio comia um pedaço do seu coração, a tribo acreditava que a bravura do coração do guerreiro seria transmitida aos demais.




No ano do ritual fora escolhido o bravo Ikal, ser reconhecido como o guerreiro do sacrifício era uma grande honra onde todos se orgulhavam, mas Ikal era o responsável por manter seu velho pai, afinal somente as famílias dos grandes guerreiros tinha acesso as melhores condições e isso dava a ele a oportunidade de manter seu pai em uma condição melhor.

Porém, como foi o escolhido para o sacrifício o pai ficaria sem suporte e sustento e logo padeceria de necessidades, por causa disso Ikal ficou triste e chorou, ao ver as lágrimas de Ikal a tribo ficou horrorizada, como um grande guerreira poderia chorar? tamanha demonstração de fraqueza o desqualificava para ser o grande guerreiro do sacrifício. 

Ikal ficou feliz, pois poderia cuidar de seu velho pai, ao entrar na oca seu pai o expulsou, como? um grande guerreiro ousava demonstrar fraqueza e ser humilhado daquela forma? Era uma grande desonra para o pai ter um filho covarde, e o mesmo ordenou: “Resgata sua honra ou esqueça que um dia foi meu filho!”.

O bravo Ikal desafiou todos os guerreiros da tribo degolando e matando cada um dos opositores, todos que ousavam enfrentar Ikal eram mortos aos seus pés, foi então que o grande cacique observou que se aquilo continuasse não sobraria nenhum índio na tribo e gritou: “Pare Ikal! Nós o reconhecemos! És um grande guerreiro e será o escolhido do sacrifício.

No dia seguinte sacrificaram Ikal e comeram seu coração!

Ouvi essa lenda na maior escola de líderes que participei e anos depois pude assistir ao filme Wiplash (recomendo, assista) o maestro principal, humilha, joga coisas nos alunos, os leva ao estresse máximo com a finalidade de remover as pessoas fracas e despertar o melhor que a disciplina e a perseverança pode conseguir em um músico. 

O que espanta no filme não é o maestro demônio e sim o aluno que vai ao limite para satisfaze-lo, fica sob a regência do terror e vai as última consequências para atender ao maestro.

Vi esse mesmo comportamento no filme Senhor do Anéis, quando um dos filhos menos queridos do pai volta derrotado da batalha, o mesmo insinua que se fosse o irmão, teria lutado até o fim, ganhando ou entregando a vida, o mesmo guerreiro entende o recado e volta para uma batalha para lutar até a morte para agradar seu Pai e Rei regente.

No universo do crédito vi muitos chefes impiedosos exigirem o sacrifício de seus subordinados, colocando-os em uma situação de pânico e terror até que façam aquilo que parece impossível, esse formato de liderança em alguns perfis de profissionais talhados para isso, até chegam a produzir profissionais notáveis que realizam o impossível. 

Porém o preço para agradar e mostrar que é o melhor, muitas vezes o custo é muito alto, e só saberá o preço que pagou quando olhar pra trás.

O impossível exige um preço, o profissional do crédito deverá pesar qual tributo deseja pagar para atingir o inalcançável.

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