Anos atrás o ministério da saúde lançou uma propaganda anti-tabagista, o cenário se abria com traficantes armados de fuzis ao fundo e um encapuzado narrava:
“Se eu fosse fazer uma propaganda dos meus produtos irmão, faria como propaganda de cigarro. Podia ter um lugar bacana, uns playboy sarado fazendo esporte, mostrando que a droga não vicia, não faz mal…aí todo mundo ia experimentar, achar legal, se viciar (rs). Ae irmão já era, virou meu cliente!”
Em muitas ocasiões a única diferença entre o remédio e o veneno está na dose e na aplicação, o uso indiscriminado ou incorreto de alguns produtos de crédito podem causar sérios problemas.
Há uma enorme responsabilidade publicitária no desejo de alguns produtos de crédito, propaga-los apenas em um lugar bacana, com pessoas praticando consumo e se viciando é um fator contributivo para o cenário de endividamento, longe de ser o vilão responsável, porém com grande peso nesse processo.
Se eu fosse fazer uma propaganda de produtos de crédito ruim seria assim:
“Um cenário com filhotinhos caninos, ou algum animal de estimação correndo, pessoas felizes e uma narrativa assim: Seu crédito aprovado sem complicação, aprovamos seu crédito na hora, seu crédito instantâneo. Não fazemos consultas a bureaus de Crédito, mesmo negativado tenha crédito conosco.”
Por quê a semelhança publicitária?
Veja que no primeiro caso o traficante cita como faria para que as pessoas se tornem seu cliente, estabelecendo como parâmetro as propagandas da indústria de cigarros, se ele pudesse propagar da mesma forma os resultados de conversão / aceitação de seus produtos seria o mesmo.
O que fica por baixo do tapete da publicidade é quão nocivo os produtos são, na indústria do crédito ocorre o mesmo, com a diferença que todos os créditos de juros altos podem ser propagados livremente, afinal não é ilegal a forma com que cada instituição precifique sua taxa de juros (nem deve ser, sou um defensor do livre mercado), o que aponto é o efeito colateral desse processo.
Clientes endividados e sem alternativas ao crédito com juros competitivo, recorrem a produtos menos ortodoxos de taxas, com juros que passam de 2 dígitos ao mês, propagandas sedutoras em letras garrafais que prometem solução e facilidade tem por trás uma elevada carga, que podem resolver artificialmente o problema, assim como uma droga é um alívio momentâneo, quando o efeito passar o impacto será pesado e pode recorrer a mais…mais…mais até o ponto de overdose.
Se taxa ruim é veneno, qual taxa boa é remédio?
Como profissional do crédito posso dizer com segurança 2 coisas: NÃO TENHO A MENOR IDEIA, DEPENDE DE CADA CASO.
Em minha opinião vale jogar na luz da transparencia, quer seja na taxa ou nos demais serviços embutidos, deixar o cliente descobrir as entre linhas do produto em momentos de atrito é algo nocivo, nos dias de hoje com tantas opções o cliente não leva desaforo, pelo menos não por muito tempo.
Há pouco tempo algumas empresas de crédito encabeçaram o * NÃO, hostilizando com razão, aquelas letrinhas miúdas que possuem informações importantes e nem sempre esclarecidas ao cliente final.
Eu particularmente gosto das publicidades que escancaram suas taxas, pois se ofertam juros competitivos tem o orgulho de dizer isso, visitei muitos sites de crédito, as instituições com maior carga de juros, não escancaram isso na primeira página, colocam na última com letras bem pequenas ou nem isso, apenas no contrato final que mal o cliente lê ou consegue interpretar.
Cada produto de crédito possui uma finalidade e dose, se usado na finalidade errada com a dose incorreta eu sei que dará problema, a pergunta é quando?
Se posso contribuir finalizo com:
Publicidade de crédito solução tem sua taxa exposta de forma clara ao cliente, publicidade de crédito problema não!
Não use drogas, nem crédito ruim!
Fontes:
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