Elegemos setembro como o mês amarelo, para lembrar a importância que pessoas com sintomas de depressão devem buscar auxílio para reverter o quadro, que pode se agravar trazendo para si sérias complicações incluindo atos catastróficos.
Isso me lembra um fato que minha mente se esforça para lembrar todos os dias em que exerço minha profissão.
Em1917 nascia nos EUA um homem chamado Edward Norton Lorenz, um jovem que amava matemática e com o tempo encontrou outra grande paixão, os estudos climáticos. Nos anos 40 foi enviado a segunda grande guerra onde fazia estudos da influência do clima no comportamento do
exército, ao retornar continuou a exercer profissionalmente as duas coisas que tanto fascinara, matemática e estudos climáticos.
Certa vez em um laboratório sem querer digitou casas decimais incorretas e obteve um resultado de cálculo, ao perceber seu erro corrigiu as casas decimais e para surpresa o resultado foi completamente diferente, isso o impressionou tanto que refez os cálculos várias vezes alterando discretamente as casas decimais e os resultados se apresentavam completamente divergentes, ainda que com discretas alterações.
Esse fato o levou a elaborar uma teoria de mestrado, quando a apresentou em 1963 as pessoas cagaram, não entendiam o que ele queria transmitir. Foi então que percebeu que se alterasse discretamente sua teoria poderia obter um resultado completamente diferente, assim como acontecera no laboratório.
Somente 9 anos depois Lorenz teve uma nova oportunidade de apresentar sua teoria, alterou apenas o título, pendurou em letras garrafais na entrada da sala onde acontecia o 139° congresso para o progresso da ciência.
Dessa vez quando terminou de falar foi ovacionado, ganhou prêmios importantes e fama mundial, também recebeu o título de Pai da teoria do caos, sabe qual foi o título da tese do Lorenz?
"O bater das asas de uma borboleta no Brasil, provoca um tornado no Texas?"
Em resumo Lorenz apontava que atos simples e inofensivos desencadeiam uma série de fatores aleatórios que ao final encontram um padrão, causando efeitos catastróficos. Lorenz entregou ao mundo um jargão mundialmente conhecido como "O efeito borboleta", tive oportunidade de assistir 2 filmes que retratam bem isso: "O efeito borboleta", e "A fantástica história de Benjamin Button".
O que tudo isso tem haver com a política de crédito e suicídio?
Nos anos 90 um jovem analista de crédito foi chamado por seu superior, "O presidente do Banco está te chamando, ele deseja falar com você.
O jovem ficou assustado, por que o Presidente do Banco desejaria falar com um simples analista de crédito? Ao chegar na frente do presidente o mesmo se dirigiu ao gestor e perguntou:
- Você analisou o caso?
- Sim, respondeu o gestor. Ele cumpriu todo o procedimento do banco não houve falha na análise.
O analista sem entender pergunta: O que houve?
Nesse momento o presidente respira profundamente, desdobra uma folha e diz: Recebemos a carta da filha de um cliente.
"Estou profundamente desapontada com a política do banco, meu pai foi cliente dessa instituição e por anos teve excelente relacionamento, empregou pessoas e ajudou muita gente. Por consequências das políticas do governo os negócios não estavam bem e meu pai tentou de várias formas manter empregada as pessoas que sempre se dedicaram ao seu propósito.
Quando meu pai mais precisou de crédito para dar fôlego aos tempos difíceis, todos os anos de relacionamento foram desconsiderados e teve seus pedidos negados por motivo da política de crédito, sua política ao menos ponderou todos os anos em que meu pais esteve com vocês, foi julgado pelo último ano de relacionamento?
Agora não faz mais diferença, as diversas dificuldades levaram meu pai ao ato mais atroz, deu cabo da própria vida... "
A carta continuava e ao término o jovem analista estava destruído, ao cumprir seu dever a borboleta bateu asas desencadeou uma série de fatores aleatórios que ao final...
O presidente do banco disse alguma coisa, mas o analista só ouvia sua própria mente: será que se tivesse concedido crédito o desfecho teria sido diferente? Será que sua decisão contribuiu para o caos?
Ele nunca saberá!
Eu poderia colocar o link de diversas fontes, onde em tempos financeiros difíceis pessoas sãs sucumbiram a situações depressivas com quadros agravados que levaram ao... achei melhor não!
Confisco da poupança, queda da BOERJ, bandas cambiais, contratos em moeda estrangeira, diversos fatos financeiros que levaram pessoas ao estado mais perigoso do caos em suas próprias mentes.
Na internet com tanta fake news não desejo que acredite nesse relato, peço apenas que reflita como desenha suas políticas de crédito e como suas decisões estão ligadas com consequências inimagináveis para o bem e para o mal.
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